‘Engravidei na balada e não sei quem é o pai’, conta ex-alcoólatraby pauladamas |

Sueli lembra também como começou sua relação com o álcool: "Fui abandonada pela minha mãe aos seis anos de idade e passei a ser criada pela minha avó. Era uma família que não gerava amor, carinho. Gerava álcool. Meus avós, minha mãe e meu irmão, todos eram alcoólatras, e minha irmã morreu de overdose. Todos já se foram. Comecei a beber cedo, com 15, 16 anos, por embalo. Ia para os bailinhos nos fins de semana, mas era tímida, tinha vergonha de namorar, de dançar. Aí descobri que depois de algumas cervejas me tornava poderosa. Dançava, namorava, xingava. Aos poucos, comecei a beber também às quintas e às sextas".

"Depois começaram as brigas, físicas e verbais. Ele chegava em casa do trabalho e queria a esposa. Encontrava uma bêbada. Quatro anos depois, nasceu a minha segunda filha. Também a gerei no álcool. O descontrole foi total. Era minha filha maior que cuidava da caçula, de mim e da casa. Eu só me lembrava das coisas até o momento que deixava a menor na escolinha, às 10h. Depois, passava na quitanda, comprava bebida (no começo era cerveja, depois passou a ser pinga com açúcar), começava a beber em casa e apagava tudo. Não me lembrava de buscar minha filha na escola e, às vezes, estava tão bêbada que a tia não deixava que eu a levasse. Comecei a perceber hematomas nas minhas filhas, mas não lembrava que tinha batido nelas no dia anterior. Um dia, pedi para a menor, que na época devia ter uns cinco anos, comprar uma garrafa de vinho no meio da chuva. Na volta, ela deixou a garrafa cair e pagou caro por isso. Eu dei um coro tão grande que ela ficou dois dias de cama (começa a chorar compulsivamente). No dia seguinte, eu não lembrava de nada. E ela dizia: 'A senhora me espancou. Eu odeio a senhora, não tenho mãe'. Até hoje ela não me perdoa. Já a maior conseguiu entender que tudo o que eu fiz foi por causa de uma doença chamada alcoolismo, não foi por maldade".

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Fonte: BOL
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