«Newspapers should not be allowed to print pictures of women that would not be shown on pre-watershed television an inquiry into press standards was told. Four groups challenged the objectification of women by the media and called on Lord Justice Leveson to back a ban on sexualised images in newspapers, claiming that such images would not be broadcast on television before the 9pm watershed.
Anna Van Heeswijk, from Object, a group that challenges the objectification of women by the media, said Page Three tabloids portrayed women as the “sum of sexualised body parts.”»
O movimento feminista Object, comandado por Anna Van Heeswijk [na imagem] é o exemplo de como alguém pode ter uma correcta razão pelas razões erradas e, por isso, está condenada ao fracasso na sua acção política.
Anna Van Heeswijk e o seu movimento colocam minimamente em causa o fundamento da “revolução sexual” e da ideologia política de neutralidade de género? Manifestamente, a resposta à pergunta é Não.
Anna Van Heeswijk e o seu movimento feminista deram-se conta de que, afinal, a cultura da revolução sexual [que abriu espaço ao aborto, por exemplo] e da ideologia de neutralidade de género transportaram consigo uma deterioração do estatuto da mulher; quem saiu a ganhar foi o homem. E o que faz Anna Van Heeswijk? Insiste no erro! Por exemplo, a ideia de eliminação de estereótipos [seja masculino, seja feminino] é pura estupidez.
Quando as pessoas analisam apenas os efeitos de um determinado fenómeno e desprezam as causas desse fenómeno, correm um maior risco de entrar em contradições. Por exemplo, o movimento Object combate os “estereótipos da mulher”, como se fosse possível eliminar os estereótipos da mulher [e do homem]. Ou seja, o movimento feminista Object de Anna Van Heeswijk pretende criar um “estereótipo desprovido de estereótipos”, em relação à mulher. Isto faz sentido?! O problema não está nos estereótipos da mulher: está no tipo de estereótipos que a cultura da revolução sexual e da ideologia de neutralidade de género trouxe ao estatuto da mulher contemporânea. Pura e simplesmente não é possível eliminar estereótipos; o que podemos é mudar os estereótipos, mas nunca eliminá-los...!
Feminismo
Anna Van Heeswijk e o seu movimento Object fazem parte de um novo tipo de puritanismo que, tal com os puritanismos dos séculos XVII e XVIII e do gnosticismo da Antiguidade Tardia, partem do princípio da recusa da realidade objectiva e concreta da natureza fundamental do ser humano, para fundamentar a sua mundividência. É uma espécie de escape da realidade. O puritanismo, em si mesmo, não é racional; e muitas vezes até acaba por ter alguma razão embora partindo de princípios irracionais. Dou como exemplo Francisco Louçã e o seu discurso de pastor de tipo puritano-calvinista.
Em primeiro lugar, Anna Van Heeswijk recusa a ideia da diferença entre o homem e a mulher — diferença essa que é concreta e objectiva, cientificamente irrefutável; em segundo lugar, Anna Van Heeswijk está convencida de que mudando as leis se muda a realidade em si mesma. São dois grandes erros. E o terceiro erro de Anna Van Heeswijk, senão o pior de todos eles, assenta na ideia de que a ética se reduz à política e à feitura de leis. Estamos em presença de um novo tipo de gnosticismo puritano que se caracteriza pela fuga à realidade, recusando-a tal qual ela é.
Anna Van Heeswijk faz parte do problema da degradação do estatuto da mulher contemporânea, e por isso nunca fará parte da solução. Antes de ser um problema político ou jurídico, o problema do estatuto da mulher é ético — e é isto que Anna Van Heeswijk não quer aceitar, porque uma análise ética do problema faria desboroar as suas construções ideológicas tal qual uma onda desfaz um castelo de areia construído na praia.